sobre o (meu) amor.

Descrição do post.

8/2/20253 min read

1. a arte de amar

acredito que amar seja uma arte.

para amar, é preciso ter talento. é preciso saber o que tem que ser feito.

amar não é fácil. e, com certeza, o amor não é para todos. o amor, por exemplo, diariamente, me dá dicas de que ele não é para mim.

e eu entendo. entendo mesmo. entendo o amor, mesmo que não saiba como o sentir. mesmo que não saiba como o fazer aparecer. e mesmo que não saiba como o fazer sumir.

por isso, repito, amar é uma arte. uma arte, a qual eu não tenho sequer um pingo de capacidade. capacidade de exercer, capacidade de esperar e capacidade de agradecer. afinal, amar, até hoje, só me fez doer e sofrer.

2. ninguém nasce sabendo

desde pequena, escuto por aí que “ninguém nasce sabendo”. e é verdade.

ninguém nasce sabendo andar. ninguém nasce sabendo correr ou sabendo falar. ninguém nasce sabendo. ninguém nasce sabendo o que é o sol ou qual a cor da lua. ninguém nasce sabendo isso. ninguém nasce sabendo aquilo.

eu, por exemplo, nasci sem saber nadar, pular ou, ainda, amar. amar é complicado. difícil. amar requer respeito, consideração e, acima de tudo, paixão. amar vai além de querer. vai além de ter. vai além de tudo aquilo que me ensinaram a fazer.

amar. amar. amor.

o amor é magia. é feitiço. o amor é bom e é horrível. o amor é bela mistura de antíteses com paradoxos. amar aquece, traz sorrisos, mas também adoece.

eu nunca soube amar. nunca soube apreciar o amor. bom, ao menos fora isso que você me falou. chorei. caí. porém, apesar do que passou, foi ali que tudo mudou. foi ali, então, que finalmente entendi. entendi que

eu já estava te amando,

te amando do meu jeito.

amando sem mesmo saber o que era amor.

sem saber como o sentir.

sem saber como o controlar.

sem saber como te contar.

3. meu amor

eu tenho crenças no que diz respeito ao meu amor. crenças sobre isso e crenças sobre aquilo. crenças certas, irrefutáveis e incontestáveis. eu tenho crenças que me fazem acreditar que o meu amor é único e eterno. que meu amor vem, mas não vai. que meu amor chega para nunca mais ir embora. eu tenho crenças que me fazem acreditar que eu só sou capaz de amar de verdade uma vez. crenças que afirmam que o meu amor não é algo que desaparece. não é algo que se extingue nem algo que se encerra. devo esclarecer, porém, que não estou falando sobre pai, sobre mãe, nem sobre amigos. não estou falando desse tipo de amor. na verdade, minhas crenças se limitam ao amor romântico. ao amor apaixonado e, até mesmo, ao amor fantasioso. dessa forma, volto a dizer: eu só amo uma vez. eu só amo uma vez porque meu amor não pode ser apagado. nem extinguido e, muito menos, superado. é fato para mim, então, que o ato de amar é avassalador, irreversível e arrasador. mas sabe, nem sempre pensei desse modo. já que estamos sendo sinceros, devo revelar que eu, a garota que não usa letras maiúsculas, num passado nem tão distante, jurava que tinha, sim, amado. amado três vezes. amado três pessoas distintivas. três pessoas com corações diferentes e cheiros variados. eu acreditava nisso. acreditava nisso até o dia, no qual te conheci. o dia no qual eu sorri, dancei e vivi. acreditava nisso e em mais um pouco até você me mostrar que o amor sincero é incomparável. é indescritível e é infinito. assim, apesar da vergonha, e, é claro, do meu orgulho, não tive outra opção senão admitir, que aquilo que eu já havia vivenciado, experimentado e odiado, não, era, de fato, amor. não era paixão. era, enfim, uma mera ilusão. quem sabe algum resquício de consideração. porém, com certeza, não era amor. portanto, a beleza de amar, eu só vivenciei ao te encontrar. ao encontrar você. você, que é forte, bonito e nunca deixou de me dar a mão. não sei se isso é bom. não sei se isso é uma benção ou uma maldição. não me leve a mal. não entenda errado e não perca a razão. é só que o que eu sinto por você não é passageiro. não é momentâneo e não é temporário. meu amor por você é, com certeza, contínuo e permanente. logo, eu estou fadada a te amar para sempre. estou fadada a te amar para sempre, mesmo que, uma hora, você perceba que não consegue mais me amar de volta. que não consegue ignorar meus defeitos, olhar nos meus olhos e me falar a verdade. já aceitei, portanto, que, talvez, em certo momento, eu seja forçada a amar sozinha. forçada a amar você daqui. daqui de longe. forçada a amar tudo isso e tudo aquilo que me fez rir, chorar e sentir. novamente, eu tenho crenças sobre o meu amor. crenças fortes e absolutas. crenças sobre o meu amor, não sobre o seu.